sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Psicopedagogia das Idades


O Assessor(a) da Infância e Adolescência Missionária tem a missão de orientar, motivar e coordenar as crianças, promovendo entre elas o espírito missionário universal.
Quem é a pessoa à qual vamos transmitir essa mensagem?
Sim, são as crianças. Precisamos deixar bem claro que as crianças não são adultos, elas tem seu modo de pensar, julgar, decidir e agir, de acordo com a sua própria idade.
A Psicologia nos dão elementos para ajudar a conhecer melhor as crianças. É preciso alguns conhecimentos básicos e principalmente uma base profundamente humana e uma boa dose de carinho.
A criança que está na nossa frente já começou a ser aquilo que é, antes de ser dada à luz, no seio da mãe, a partir do encontro da célula reprodutora masculina com a feminina.
Neste período, sobre o feto, aparecem os fatores psicológicos, que dependem da situação da mãe. Uma forte tensão emocional, vivida pela mãe durante a gravidez, pode criar na criança uma tendência de ansiedade, de angustia. Influi também sobre a criança que vai nascer, o fato da mãe estar aceitando ou rejeitando a gravidez!

O SER HUMANO É UM GRANDE DOM DE DEUS.
A educação da fé deve penetrar na vida da criança, do adolescente e do jovem. A palavra de Deus é a mesma para todas as pessoas, mas cada idade tem uma maneira diferente de receber a mensagem.
A criança é um grande tesouro que Deus confiou à humanidade porque é uma vida a ser desenvolvida.

PRIMEIRA FASE: 01 aos 03 ANOS
a) A descoberta do mundo exterior - a criança acorda para a vida humana; a criança, no seu desenvolvimento, sente necessidade de mover-se, ensaia os primeiros passos. Sua linguagem é concreta: mamãe, papai, gato, etc.
b) O meio humano: a família - é a família que oferece um clima de segurança, de afeição e de alegria de que a criança precisa tanto; é neste ambiente que a criança vai desenvolver-se, através da imitação: a criança olha para quem ama e imita os seus gestos.

SEGUNDA FASE: 04 aos 07 ANOS
a) O globalismo - é a fase em que a criança vê tudo globalmente.
b) O egocentrismo - nesta idade a criança não distingue o mundo independente de si mesma. Tudo o que existe é dela. Exemplo: mamãe é minha.
c) Acontece a primeira "crise" - se sente limitada pela vontade dos outros se tornar "criança difícil". É nesta idade, começam a descobrir as diferenças anatômicas entre menino e menina e a perceber que cada um tem um papel diferente na sociedade.

TERCEIRA FASE: 07 aos 09 ANOS
Aqui temos a criança mais crescida, mais calma.
a) Ritmo lento e meditativo - a criança necessita de tempo para olhar, escutar, assimilar.
b) Faculdade de maravilhar-se - a criança é capaz de permanecer muito tempo em admiração prolongada e sabe, por exemplo, meditar diante de uma flor.
c) Idade da razão - é a idade dos "porquês". A criança quer saber tudo, o por que como. Começa a racionar, mas não sabe ainda compreender idéias abstratas.
d) Despertar da consciência moral - vai-se tornando capaz de distinguir o bem do mal. É o nascimento da liberdade.
e) Despertar da realidade pelos seus atos - querendo saber da razão das coisas, começando a saber o que é certo e o que é errado, a criança aos poucos torna-se consciente da responsabilidade de seus atos.
f) Gosto de saber - o vocabulário da criança cresce. Quer ler tudo. Deve-se tirar proveito disto oferecendo-lhe boas leituras.
g) Idade das relações pessoais - idade em que a criança começa a desenvolver-se em relação a outras pessoas. Agora ela percebe que também faz parte de um grupo: vizinhos, a turma do colégio.

QUARTA FASE: 09 aos 12 ANOS
a) Idade da ação - a criança interessa-se pelo que ver, toca ou pode medir.
b) Idade do hábito e da memória - a criança tem uma grande capacidade de memorizar. Memoriza facilmente o que aprende e gosta mesmo de memorizar. Gosta de regras. É a época dos jogos bem definidos, fórmulas já prontas. Gosta de apresentar o trabalho sempre do mesmo jeito.
c) Idade do conformismo social - a criança sente-se atraída pela sociedade que a cerca. Gosta de está com outro colegas. É a idade do grupo de amigos. É a idade do conformismo - de agir sempre como e com os outros.

QUINTA FASE: 12 aos 14 ANOS - PRÉ ADOLESCÊNCIA
Nesta fase, notará sem grande esforço que a criança via passando por modificações rápidas e profundas. Aventuras, espinhas, explosões de temperamento, vontade de chorar, crises de riso. Tudo isso é a pré e a adolescência. É em que não se é adulto para fazer certas coisas, mas se é repreendido por agir como uma criança.
Pesquisas mostram que a puberdade precoce é um fenômeno das grandes cidades, pela superexposição das crianças às imagens sexuais.
O adolescente está criando sua própria identidade e está extremamente confuso. Não sabe quem é, não sabe se é criança ou se é adulto, está sendo pressionado por dentro por impulsos agressivos, desejos sexuais, insegurança e não sabe como lidar com isso. De fora, vêm uma série de cobrança de uma sociedade com mudanças muito rápidas.
Mas o que é "mesmo entrar na adolescência?" Para o pré-adolescente, será verdade tudo aquilo que ele descobrir.
Nesta época, o grupo da Infância e Adolescência Missionária é de fundamental importância. O assessor(a) tem de ser acima de tudo, amigo(a) dos pré-adolescentes e adolescentes para poder animá-los e orientá-los bem. Tratá-los com amor, mas com muita paciência. Tomar cuidado para tratá-los todos igualmente, evitando preferências.
Nesta fase, o assessor(a) deverá orientar os pré-adolescentes para o caminho da doação e do amor... Mostrando que por este caminho se chega todos os dias e nunca se chega completamente. Orientá-los para como a lealdade, sinceridade. 

Dom Bosco dizia: "Os jovens não só precisam ser amados, mas saber que são amados.









Leitura Orante da Bíblia



Para um compromisso sério com a sua caminhada, vocês, crian­ças, adolescentes e jovens missionários necessitam cultivar momentos profundos de espiritualidade. A experiência tem mostrado que as cri­anças e adolescentes são capazes de viver profundamente estes momentos.

No Brasil e na América Latina existe um jeito de fazer a Leitura Orante próprio dos "pequenos", dos pobres. Os pobres entende­ram que fé e vida caminham juntas. A Palavra de Deus é para tem­perar a vida.

A sabedoria para compreender as coisas de Deus é dada so­mente aos pequeninos, aos pobres. Por isso Jesus, muito feliz, dis­se: "(...) Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escon­deste essas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado" (Lc 10,21).

Jesus comparou a Palavra de Deus a uma lâmpada. A lâmpada não é para ser olhada: devemos é olhar para o que a lâmpada está iluminando. Assim também a Bíblia: foi feita para ilu­minar o chão de nossas vidas. Com a sua luz, saberemos o que deve ser "consertado", para sermos novamente conforme o sonho de Deus. Misturando Bíblia e Vida, os pobres viram refletida na Bíblia a vida deles e convenceram-se de que, como na época do povo da Bíblia, em que Deus ouviu o clamor dos pobres e cami­nhou lado a lado com eles, também hoje, por meio das Escrituras Sagradas, da vida e da comunidade, Deus continua falando.

As crianças e os adolescentes missionários, alimentados pela Leitura Orante da Bíblia, mostram que amam Jesus, fazendo o que Ele fez: empenham-se pela igualdade, justiça, fraternidade, a fim de que toda a riqueza do mundo seja partilhada e todos tenham uma vida digna.

A Leitura Orante da Bíblia é como um colírio: limpa os olhos embaçados, para que se comece a enxergar com os olhos de Deus. Não é um momento de estudo, nem um tempo para preparar um trabalho pastoral: é um momento de leitura da Palavra de Deus e de escuta do que ela nos diz pessoalmente, para melhor viver o Evangelho de Jesus.

Pontos que orientam a leitura orante pessoal da Bíblia e a mística que a deve animar:

1 - Faça-se em mim segundo a tua palavra. O momento da Leitura orante da Bíblia não é um momento de estudo nem um tempo para realizar um trabalho pastoral, ou adquirir mais conhecimento. É, antes de tudo, um momento de ler a Palavra de Deus e escutar o que esta palavra tem a nos dizer para melhor viver o Evangelho de Jesus Cristo. Nesse momento é necessário ter a atitude que o velho Eli recomendou ao menino Samuel: "(...) Fala, Senhor, que teu servo escuta (...)" (1ºSm 3,9). Esta também foi a atitude obedien­te de Maria: "Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

2 - Invocar o Espírito: É o momento em que se deve estar aberto à docilidade do Espírito Santo. Escutar Deus não depende da pessoa, mas Dele. É um momento de gratuidade por parte do Pai. Para isso é preciso um preparo vigilante na oração, no silêncio para des­cobrir o sentido que a Palavra de Deus tem para cada um, hoje.

3 - Criar um ambiente de recolhimento, que se torne o espaço sagrado. É o momento do silêncio. Lugar de recolhimento. Ler a Bíblia é como visitar um amigo. Os dois exigem o máximo de aten­ção, respeito, amizade, entrega e escuta atenta. Uma boa posição do corpo favorece o recolhimento da mente.

4 - Receber a Bíblia como Livro da Igreja. Ao abrir a Bíblia deve-se estar consciente que esse livro não é propriedade pessoal mas da comunidade. A leitura orante é o barco que nos conduz pelas curvas do rio até o mar. É luz que ilumina as noites escuras da vida. Mesmo que se esteja só realizando este momento de oração, esta­rão junto todos os que já fizeram esta experiência amorosa de Deus.

5 - Ter uma correta atitude interpretativa diante da Bíblia. Para isso deve-se estar atento a 3 passos ou atitudes:
 Conhecer, respeitar, situar, ver o que o texto diz. Para isso é im­portante manter o silêncio, evitar que se leve o texto a dizer só aquilo que se gosta de escutar.
2° É o momento da meditação: ruminar, dialogar, atualizar. Pergun­tar-se: O que o texto diz para mim, para nós? Entrar em dialogo com o texto. Ligar o texto com a vida que a gente vive, com a realidade.
3° Oração: Suplicar, louvar, recitar. O que o texto faz dizer a Deus? É o momento de prece, de vigiar em oração. Chegou a hora de se responder a Ele.

6 - Colocar-se aberto à palavra para chegar à contemplação. Enxergar, saborear, agir. Contemplar é ter nos olhos algo da sabe­doria que leva à salvação; ver o mundo, a vida com os olhos dos pobres, com os olhos de Deus; excluir de si tudo o que vem do poder; saborear, desde já, algo do amor de Deus que supera todas as coisas; o amor de Deus se revela no amor ao próximo; dizer sempre: "faça-se em mim segundo a tua Palavra" (Lc 1,38).

7 - Procurar, por todos os meios, que a interpretação seja fiel. Para que o momento da oração não fique só na conclusão dos pró­prios sentimentos é necessário levar em conta três exigências:
1ª O resultado da oração deve ser confrontado com a fé da Igreja, isto é, com a fé da própria comunidade.
2ª Confrontar com a realidade da vida em que se vive. Estar atento à fé da Igreja. O fraco resultado da oração é consequência de uma não atenta escuta da voz de Deus.
 Confrontar sempre o resultado da oração com a exegese. A leitu­ra orante não pode ficar parada na letra. Deve procurar o sentido do Espírito (2Cor 3,6).

8 - Imitar o exemplo de Paulo. São Paulo dá os seguintes conse­lhos:
1° A palavra foi escrita para a nossa instrução (1ºCor 10,11).
2° Voltar o olhar para Jesus Cristo, pois só com Ele cai o véu e a escritura se revela como sabedoria que leva à salvação.
 Paulo fala de "Jesus Cristo Crucificado", "escândalo para uns e loucura para outros" (2ºCor 2,2; 1ºCor l,21s). Foi Ele que abriu os
olhos para perceber a Palavra viva no meio dos pobres.
4° Misturar o eu e o nós, nunca só o eu e nunca só o nós!
 Ter presente os problemas: pessoais, familiares, comunitários, da Igreja, do povo, das comunidades.

9 - Descobrir na Bíblia o espelho do que vivemos hoje. Ter pre­sente que o texto que se leu não é só uma janela por onde se olha para saber o que aconteceu no passado; é também um espelho, para ver o que acontece com a gente, hoje.

10 - Interpretar a vida com a ajuda da Bíblia. Na leitura orante da Bíblia, o objetivo último não é interpretar a Bíblia, mas interpretar a vida. Celebrar a palavra viva que Deus fala hoje na vida de cada um, na vida do povo, na realidade do mundo em que se vive.

Consagração da IAM

A consagração é um entregar-se, decidir-se livremen­te, dizer sim. Na Infância Missionária a consagração é uma forma de assumir pública e solenemente a decisão de ser missionário. É a disposição de colaborar para que todas as crianças do mundo conheçam e amem a Jesus e se amem entre si.
É realizada quando o assessor observa uma participação mais amadurecida e comprometida das crianças com, pelo menos, um ano de caminhada na Infância e Adolescência Missionária: um tempo suficiente para conhecer a obra, seus objetivos, compromissos, etc.
Esse ingresso deve ser o sinal da vontade de se comprometer com Jesus, de ser missionário na família, na paróquia e na Igreja universal.
A cada ano, com uma cerimônia especial, renova-se esse compromisso da IAM, com o objetivo de manter vivo o ardor missionário nas crianças.
A celebração pode ser realizada dentro da missa, depois da homilia, ou numa celebração especial.

CELEBRAÇÃO DE CONSAGRAÇÃO
Dirigente - Irmãos e irmãs, o motivo pelo qual essas crianças hoje estão aqui reunidas, muito nos alegra. Elas já se reuniram muitas vezes para conhecer o Evangelho de Jesus e as necessidades da Igreja missionária.
Elas têm sentido em suas almas a necessidade de se dedicarem à atividade missionária da Igreja. Com o mesmo espírito missionário de Jesus, elas querem agora expressar publicamente seu desejo de entregar-se ao serviço da Igreja pertencendo à Infância e Adolescência Missionária.

Assessor - Querido Padre...................... queremos apresentar à comunidade este grupo de crianças, para que sejam admitidas, oficialmente, na Infância e Adolescência Missionária. Desde já testemunho que estão preparadas e são dignas de ingressarem na Infância Missionária.

Celebrante - Demos graças a Deus.

Assessor - As crianças que apresentamos são... (Chamar cada criança pelo nome. Estas, ao serem chamadas, respondem: “presente!” e ficam de pé).

Celebrante - (Terminada a apresentação o celebrante se coloca de pé e diz:)
Queridas crianças, vocês foram apresentadas por seus assessores para serem missionárias a serviço da Igreja na Infância e Adolescência Missionária. Estou certo de que vocês conhecem e querem assumir esta grande responsabilidade.
Em nome de Jesus Missionário, convido vocês a manifestarem publicamente seus desejos, respondendo com firmeza às seguintes perguntas:

Celebrante - Crianças, vocês se comprometem a serem amigas de Jesus e a cumprirem seus deveres de cristãs por amor a Ele e ao próximo?
Crianças - Sim, nós nos comprometemos!

Celebrante - Crianças, vocês se comprometem a comunicarem às outras crianças e às suas famílias os ensinamentos do Evangelho?
Crianças - Sim, nós nos comprometemos.

Celebrante Crianças, com liberdade, alegria e amor, vocês querem pertencer à Infância e Adolescência Missionária?
Crianças - Sim, queremos.

Celebrante - Crianças, vocês estão dispostas a cumprirem os deveres e obrigações que a Infância e Adolescência Missionária exige?
Crianças - Sim, estamos dispostas.

Celebrante - Vocês sabem quais são os compromissos da Infância e Adolescência Missionária?
Crianças - Sim, nós sabemos: conhecer Jesus, rezar, comungar, partilhar, e sermos missionários como Jesus.

Celebrante - Queridas crianças, com alegria as recebemos como membros ativos pan as obras de evangelização da Infância e Adolescência Missionária e peço que vocês expressem, com liberdade e convicção, seus desejos diante de Deus e da comunidade aqui presente.

Crianças - Ó Jesus, eu.................. quero ser teu(tua) amigo(a), ajuda-me a ser missionário (a) com o exemplo de minha vida e o anúncio do teu Evangelho.
Te ofereço minha vida, pedindo-te que as crianças do mundo inteiro sejam também tuas amigas. Por isso, prometo ser fiel e cumprir os compromissos da Infância e Adolescência Missionária, invocando a ajuda de Nossa Senhora, mãe de Deus e rainha das missões.

Celebrante - Que o Senhor Jesus, Nossa Senhora e nossos Santos padroeiros, São Francisco Xavier e Santa Terezinha do Menino Jesus, acolham e abençoem sua generosa entrega lhes dêem perseverança no cumprimento dos compromissos que acabam de fazer.
Crianças - Amém!

Segue a missa até depois da comunhão, quando se fará a benção e a entrega da carteirinha.

Celebrante (Entrega da carteirinha) - Crianças, esta carteirinha as distingue como missionárias da Igreja entre todas as do mundo. Que vocês sejam sempre fiéis a este compromisso missionário.
Crianças - Amém!

Conclusão da celebração e benção final
Canto final - Hino da Infância Missionária 


Pontifícias Obras Missionárias

As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm o objetivo geral de: 
- despertar e aprofundar a consciência missionária do Povo de Deus;
conscientizar os cristãos sobre a vida e necessidades da Missão universal;
estimular as Igrejas a rezarem umas pelas outras e serem solidárias na evangelização do mundo.

O Concílio Vaticano II deu a elas um lugar central na cooperação missionária, "uma vez que são meios quer para dar aos católicos um sentido verdadeiramente universal e missionário logo desde a infância,quer para promover coletas eficazes de subsídios para o bem de todas Missões segundo as necessidades de cada uma" (AG 38).
As POM constituem, em cada país, a instituição principal e específica para a educação a um espírito universal e missionário, e para a comunhão e colaboração entre as Igrejas, a serviço do anúncio do Evangelho, em quatro ramos específicos: Pontifícia Obra da Propagação da Fé; Pontifícia Obra da Infância Missionária;Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo e Pontifícia União Missionária.

As três primeiras obras nasceram na França e, para se tornarem universais, foram declaradas Pontifícias (isto é, do Papa e, por isso mesmo, de toda a Igreja), em 3 de maio de 1922, pelo Papa Pio XI. Elas convidam o Povo de Deus a expressar seu testemunho missionário por meio de cooperação espiritual, engajamento pessoal e ofertas materiais para a evangelização, criando fundos de solidariedade para sustentar programas de evangelização em todo o mundo.
A quarta obra nasceu na Itália, e foi declarada Pontifícia em 1956, pelo Papa Pio XII. Ela tem a finalidade de animação e formação missionárias dos sacerdotes, religiosos e religiosas, seminaristas e agentes de pastoral, que, por sua vez, animarão e formarão os outros cristãos para a vivência da sua vocação missionária.


OBRA DA PROPAGAÇÃO DA FÉ (1822)
Fundada por Paulina Jaricot (1799-1862), leiga, em Lyon (França).
A jovem Maria Paulina Jaricot formou em 1819 uma associação com um grupo de jovens operárias, no intuito de colaborarem com os missionários em terras de Missão, resultando na fundação da Obra da Propagação da Fé, em 03 de maio de 1822, em Lyon (França). Tudo começou com uma campanha de orações, ampliada para a colaboração material e a constituição de um fundo de ajuda à Missão, ao lado da devida formação acerca do compromisso missionário de cada cristão.
A Propagação da Fé, com o apoio dos papas, difundiu-se inicialmente nas dioceses da França, depois em outros países da Europa e também na América. Hoje se encontra presente em cerca de 130 países.
A obra mantém sua atividade durante todo o ano, intensificando-a na Campanha Missionária anual do mês de outubro, que tem como ponto alto o Dia Mundial das Missões, no penúltimo domingo do mês.

Objetivos:
Manter vivo o compromisso para com a evangelização universal em todos os setores do Povo de Deus: famílias, movimentos, associações, seminários, comunidades eclesiais de base, paróquias e dioceses, para que todos os cristãos tomem consciência de sua vocação missionária.
Suscitar e formar vocações missionárias.
Promover um intercâmbio de informações e testemunhos, a fim de estabelecer laços fraternos entre as Igrejas, despertando a solidariedade e a comunhão entre todos os cristãos.
Estimular nas Igrejas locais a cooperação espiritual, material e pessoal, com o envio de evangelizadores para o mundo inteiro.


OBRA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA MISSIONÁRIA (1843)
Fundada por Dom Carlos Forbin-Janson (1785-1844), bispo, em Paris (França).
As notícias vindas dos missionários do Oriente, de modo especial da China, sobre a dura realidade das crianças (mortalidade, abandono...) sensibilizou o coração de Dom Carlos Augusto Maria José de Forbin Janson, Bispo de Nancy e de Toul, Primaz de Lorena (França), despertando-lhe o desejo de aliviar os sofrimentos e salvar a vida de tantos inocentes. Teve então a idéia de convocar as próprias crianças para enfrentar o desafio – “Crianças ajudam e evangelizam crianças” - fundando a Obra da Santa Infância, hoje Infância e Adolescência Missionária, no dia 19 de maio de 1843, em Paris (França).
A obra difundiu-se imediatamente nas dioceses da França, e em outros países da Europa e da América. Em 1844, quando Dom Carlos morreu, a Infância e Adolescência Missionária já estava organizada em 65 dioceses. No Brasil, ela chegou por meio de missionários franceses, em 1858. A partir de 1993, nas comemorações dos 150 anos da fundação, a sua “chama ainda fumegante” readquiriu novo ardor, como “fruto novo do coração da Igreja”.

Objetivos:
Suscitar e promover o espírito missionário universal entre as crianças e adolescentes.
Promover a cooperação espiritual por meio da oração, sacrifício e testemunho de vida.
Despertar e fortalecer as vocações missionárias, anunciando Jesus Cristo aos que ainda não o conhecem...
Incentivar pais, educadores, catequistas... A promoverem o protagonismo das crianças e adolescentes na evangelização e solidariedade universais.
Cooperar materialmente com ofertas, fruto de renúncias, para ajudar as crianças necessitadas dos cinco Continentes.


OBRA DE SÃO PEDRO APÓSTOLO (1889)
Fundada por Joana Bigard (1859-1934), leiga, em Caen (França)
Estefânia e Joana Bigard, mãe e filha, são as fundadoras da Obra de São Pedro Apóstolo. No entanto, foi Joana a principal protagonista desta obra, iniciada a partir de 1º de junho de 1889, e aprovada oficialmente em 12 de julho de 1895, com uma bênção do Papa Leão XIII.
Quando foi reconhecida a liberdade religiosa no Japão, o Bispo de Nagasaki, Dom Cousin, reúne a comunidade cristã e organiza um pequeno seminário, com a capacidade para 50 pessoas. No dia da inauguração aparecem mais candidatos. Escreve então uma carta a Joana, pedindo-lhe ajuda para ampliar a casa de formação e manter os seminaristas. Joana vê nessa carta um chamado de Deus. Começam, mãe e filha, a pedir, de casa em casa e entre conhecidos e amigos, ajudas com esta finalidade. Desenvolve-se dessa forma a Obra de São Pedro Apóstolo e, a partir do seminário de Nagasaki, a experiência abre-se à dimensão universal, estendendo a ajuda a todos os seminários em terras de Missão, contribuindo, em grande parte, para a promoção do clero local, no mundo inteiro.

Objetivos:
Sensibilizar o povo cristão para a importância da formação do clero local nas Igrejas missionárias e convidá-lo a colaborar, por meio de ajuda espiritual e material, na formação dos seminaristas, e na construção e o desenvolvimento de seminários diocesanos menores e maiores.
Conscientizar o Povo de Deus a respeito da necessidade de que todas as comunidades eclesiais tenham lideranças bem formadas.


UNIÃO MISSIONÁRIA (1916)
Fundada pelo Bem-Aventurado Paulo Manna (1872-1952), padre, em Milão (Itália).
O Bem-Aventurado Pe. Paulo Manna (PIME), percebendo a pouca consciência missionária por parte do clero, fundou a União Missionária, a fim de despertar os padres para a Missão Além-Fronteiras, a partir da vocação missionária de cada batizado. A obra foi aprovada em 31 de outubro de 1916, pelo Papa Bento XV. Em todo este processo de maturação, foi providencial a colaboração de Dom Guido Maria Conforti, Bispo de Parma (Itália), fundador dos missionários xaverianos.
A União Missionária visava inicialmente só os padres, mas o Papa Pio XII a ampliou para religiosos e religiosas, de vida ativa e contemplativa, e também para aqueles que, de uma forma ou de outra, participam na animação e formação missionárias das comunidades cristãs. O Papa Paulo VI disse que ela é “a alma das demais obras missionárias pontifícias”.
O Pe. Paulo Manna foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em 04 de novembro de 2001. O seu primeiro biógrafo justamente o definiu “uma alma de fogo”. O seu lema foi sempre: “Toda a Igreja, para todo o mundo!”.

Objetivo:
Promover a animação, formação e informação missionária para os sacerdotes, religiosos e religiosas, candidatos ao sacerdócio e à vida religiosa, como também para as demais pessoas empenhadas no ministério pastoral da Igreja, servindo-se de meios próprios e da colaboração de instituições e iniciativas já existentes que tenham como finalidade a formação inicial e permanente de todo o Povo de Deus.